terça-feira, 30 de março de 2010

DÉCADA DE 50


Os terrenos próximos ao açude João Lopes começam a ser loteados, havia muitas cercas para que não ocupassem as terras sem comprá-las, sendo que os compradores com maior condição financeira compravam os terrenos mais elevados, para tentar escapar dos problemas trazidos pelo transbordamento do açude. Aos ocupantes mais pobres ocorria, inclusive, a discriminação dos moradores da região da REFFESA, chamando os que moravam muito próximo do açude de “bichos-de-pé”, os mais abastados proibindo até os filhos de jogarem futebol com aqueles. A energia elétrica para esta região vinha da Brasil Oiticica em postes de madeira, uma das poucas empresas da região na época, que beneficiava a oiticica em óleo, sendo que era um serviço muito deficiente, uma luz muito fraca, mais parecida com o luzir de lamparinas.
Para o lazer havia muitos campos de futebol, como o Campo do Iracema e do JK, próximos onde hoje estão a rua Raquel Holanda e o Pólo de Lazer Alagadiço, e o Campo do Cruzeiro ao lado de onde hoje está a Praça Manoel Dias Macedo; as casas de jogos da família Paixão (dona também de hortas pelo bairro), o Forró do Humaitá, que ficava onde hoje está o Conjunto Habitacional Cidade Alta, as afamadas tertúlias, as quermesses, que eram festas dançantes, com barracas, onde as músicas eram tocadas nas radiadoras, havia a disputa dos partidos azul e vermelho e os carnavais, onde as pessoas usavam qualquer roupa e arremessavam maisena umas nas outras.
Naquela época a rua Safira era chamada de “Piçarra”, por causa do material avermelhado de que era composta, lá passavam ônibus com uma certa cobertura de lona. As moças tinham medo dos “rabos-de-burro”, estupradores que ficavam à espreita, sendo recomendado andar acompanhada de pai, irmão ou marido. As pessoas iam às missas no Instituto das Irmãs, no bairro São Gerardo, e na Igreja N.ª Sr.ª do Perpétuo Socorro, no bairro Carlito Pamplona. As compras eram feitas na “feira de segunda-feira”, no lugar onde hoje está o Mercado do Carlito Pamplona, não havia mercados no bairro Ellery, apenas pequenas mercearias, então lá se abastecia de tudo.
No final dos anos 50, o Estado do Ceará sofreu uma das maiores secas até então registradas, o que acarretou a ocupação mais intensa de favelas como: Pirambú, Lagamar e Verdes Mares.

Um comentário:

  1. rupperto carvalho ellery, filho mais velho de henriquinho, e aladyr, junto com meus pais e irmãos já passamos 3 meses de ferias nesta casa maravilhosa, nos adoramos, a tarde iamos ouvir em uma pequena eletrola a musica de luiz gonzaga,e a noite nos pai ia nos tomar a taboada, tudo era festa e felicidade, nunca vou me esquecer.

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