terça-feira, 30 de março de 2010

AÇUDE JOÃO LOPES


O açude João Lopes tornou-se referência do bairro Ellery desde muito tempo. Poderia até ter se transformado numa lagoa ou num lago para o lazer da comunidade. Represado onde é a Avenida Sargento Hermíno, o açude passa por problemas ambientais desde quando foi arrombado pela primeira vez e causou transtorno para a população, deixando inclusive várias famílias desabrigadas.
Na época, a energia elétrica era precária. Levada as ruas pelos postes de madeira da Indústria Brasil Oiticica que produzia óleo em larga escala através do fruto da oiticica. As lavadeiras aproveitavam uma espécie de cacimba às margens do açude e lavavam suas roupas, estendendo-as ali mesmo sem o receio de que alguém aparecesse para roubá-las. Muita gente ia tomar banho, pegar um bronze e fazer o seu picnick. A pesca era uma diversão a mais; fosse com anzol ou landuá, uma espécie de peneira com fundo longo, eram presas fáceis.
Em 1972, um canal foi construído para conter as constantes inundações. Ele corta as ruas Henrique Ellery e Doutor Atualpa até atravessar a Praça da Igrejinha e desembocar no Açude João Lopes. O canal recebe também esgoto de outros bairros. Nos dias de chuva torrencial, as inundações são inevitáveis e a população sofre pela perda de móveis e objetos pessoais.
A situação só foi melhorada com a construção de uma válvula de escape do lado direito do açude, levando boa parte das águas para o Alagadiço, indo daí para o Rio Maranguapinho. O canal ainda precisa de muitos cuidados.
Os moradores, que construíram seus barracos no local, sofrem com os problemas causados pela sujeira. Há acúmulo de detritos jogados por eles próprios que fazem com que o açude fique ainda mais poluído e contribua para a infestação de insetos nocivos à saúde humana, além de roedores. O açude, que deveria ser uma área de proteção ambiental, é na realidade um depósito de lixo a céu aberto.

Um buraco bem grande
Um buraco aberto há cerca de seis meses sobre o canal do açude João Lopes ficou ainda maior depois das chuvas do início do ano. Placas de cimento que funcionam como calçada caíram com a força das águas, obstruindo a passagem normal da água e deixando os moradores preocupados com a falta de segurança dos imóveis no entorno.
Segundo o porteiro João Batista da Silva, 68, morador do bairro desde 1965, o problema de alagamentos no local existe sem que o poder público tome providências para resolvê-lo. Ele ainda não se acostumou com as constantes enchentes. “Já vi várias vezes a água entrando aqui em casa”, diz. Para livrar a casa da água que, na quadra invernosa, bate no tornozelo, precisa do auxílio dos vizinhos.
A casa da castanheira Maria Lúcia Ferreira Lima, 65, fica com o piso todo molhado, além de roupas e tecidos de cama. Como sofre com problemas de pressão arterial, é logo retirada pelas filhas, assim que a chuva começa. “Não deixo mais minha geladeira aqui”, disse, por causa do risco de morar ao lado do canal do açude.
Com medo de desabamentos, duas famílias optam por dormir na sede da Associação Comunitária do Bairro Ellery, que fica à disposição para demais ocorrências. A direção da entidade lembra que as obras de urbanização da área no entorno do João Lopes, incluindo a retirada de algumas famílias do local, foram aprovadas no Orçamento Participativo de 2005. Até agora, nada foi feito.
Ao lado do canal, uma placa da Prefeitura, com o valor da obra orçado em R$ 5,3 milhões, confirmava a informação da líder comunitária. “Essa obra já era para estar concluída. Estamos cobrando da Prefeitura para iniciar logo. Pelo menos, a tirada dessas famílias para o aluguel social”, protestou.
Os técnicos da Defesa Civil do Município sempre estão no local vistoriando os estragos, mas não constataram a necessidade de remover famílias dali. Os moradores foram orientados a acionar o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) caso alguma eventualidade acontecesse.Fonte: Diário do Nordeste

2 comentários:

  1. Nossa o descaso aos moradores que sofrem com a falta de apoio para o canal, que deveria ser uma área de proteção ambiental, é na realidade um depósito de lixo a céu aberto. Sera que nao existe um orgao que possamos clamar por socorrro

    ResponderExcluir
  2. MORO AQUI DESDE DE CRIANÇA E SEMPRE ACOMPANHO AS MESMAS MAZELAS DAS CHUVAS QUE ESSE BENDITO CANAL NAO SUPORTA ISSO É UM ABSURDO E NAO TER NINGUEM PARA NOS SOCORRER a mudar esse historico so duas casas na amaro cavalcante sofrem por irresponsabilidade de certos anafalbrutos engenheiros que se dizem construir casas que nao suportam nem uma neblina socorroooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo nao aguento maissss

    ResponderExcluir